quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

E tanto se passou...e nada mudou!

Há muito que não publico nada, há mais de três anos. Como o tempo corre! Tanta água rolou desde essa época, houve tanta mudança, na minha vida e na vida da nossa Angola, que está cada vez mais decadente.
Pois é, Angola tão rica e tão próspera perdeu-se na sua teia, aparentemente tão bem concebida para agradar aos que convinham...pena foi não terem percebido que o petróleo não duraria para sempre e não terem previsto o aparecimento de um Luaty Beirão que lhes desse a volta à cabeça. Instalou-se a crise! Enfim... o 'povo' que se escondia num manto de medos e de cinismos, decidiu vir cá para fora e percebeu que nada foi feito. Não há saúde, nem educação, nem segurança e agora, nem as famosas construções que mascaravam o tão afamado 'desenvolvimento'. " É o país do futuro", dizia-se, e ao fim de tantos anos vividos de forma tão insustentável, continuamos famintos e miseráveis.
Eu?! Mudei-me! Já não acompanho de perto essa degradação. Felizmente.
No último ano, valeu-me uma depressão e um desgaste tremendo.
Continuo atenta e triste, em parte por saber que toda esta situação era inevitável mas, também, por perceber que nem perante tanto caos, os nossos chefes, não se coíbem de continuar a ' distribuir a riqueza' entre si.
Mas, o que mais lamento mesmo, é o sentimento que carrego, de pouca afectividade, ou nenhuma, com o país que me viu nascer e crescer. Tanto potencial, tanta riqueza... toda em volta dos mesmos bolsos. Tanto aparato..sim, porque, o angolano, passou de humilde para prepotente. Éramos um máximo, não éramos?! A gabarmo-nos do que poucos conseguiam, como as grandes viagens, os grandes carros, os casarões, os acessórios Louis Vuiton...quando a maioria de nós ( angolanos) morríamos/ morremos à fome e à doença.
Lamento achar que as minhas filhas vão crescer e conhecerão a mesma Angola, o mesmo caos!
Angola tão linda mas tão escura.
Que seja breve e que floresça.
Que hajam frutos e que se colham.
Que se possa lembrar, amar e dar saudade.
Angola!




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